segunda-feira, 20 de julho de 2009

Trem e Orçamento bala

Uma das ferramentas da boa administração é o orçamento. É através dele que se sabe no quê e como serão gastos e de onde virão os recursos. O orçamento deve prever possíveis desvios de rota, uma vez que depende de algumas variáveis que não podem ser controladas como o ambiente externo. Em geral, um processo orçamentário bem feito apresenta poucas distorções.
Mas o que acontece com os orçamentos do setor público é uma aberração. Uma das vedetes do PAC-programa de aceleração do crescimento do Governo Federal, o trem bala que vai ligar São Paulo ao Rio de Janeiro, já ultrapassou em 57 % o orçamento inicial e nem começaram as obras!
Infelizmente, o histórico das obras públicas no Brasil é péssimo. Obras superfaturadas e abaixo da qualidade contratada são muito comuns. E como todas as instituições públicas no nosso país são politizadas, o TCU-Tribunal de Contas da União-, órgão que fiscaliza essas obras parece fazer vista grossa quanto aos "desvios de Rota".
Só para ser ter ideia, as obras dos jogos panamericanos no Rio, o valor final ficou 10 vezes maior que o orçamento inicial. Sem contar que boa parte das obras foi entregue fora do prazo. Aliás, essa parece ser a estratégia dos administradores das obras públicas: obras atrasadas têm sinal verde para a gastança. Eles, "os administradores públicos", atrasam as obras para que elas tenham mais liberdade no uso dos recursos públicos.
Imaginem a Copa doMundo no Brasil! Qual será o tamanho do "erro no orçamento"?
As ferramentas administrativas só são eficientes se usadas corretamente. Mas como eficiência parece não fazer parte do vocabulário do setor público, essas aberrações continuarão, até que nós brasileiros, acordemos do berço esplêndido.